Nenhuma criatura -     peixes, algas marinhas ou plantas - vive no Mar Morto. Ele é o lago mais     salgado do mundo. A região é uma das mais inóspitas do globo, com uma     atmosfera seca e quente, com temperaturas médias variando entre 30 e 40     graus Celsius. O     Mar Morto é o ponto mais baixo da Terra, cerca de 400 metros abaixo do nível     do mar. Foram esses fatores especiais que preservaram os Pergaminhos até os     nossos dias.
No início de 1947,     dois jovens beduínos estavam cuidando de seu rebanho de ovelhas e cabras     nas encostas dos penhascos alinhados ao Mar Morto, perto de Qumran. Um deles     estava procurando um animal desgarrado, viu uma caverna sobre a montanha e     jogou uma pedra em sua abertura. Naquele momento, escutou um jarro se     quebrar e, curioso, entrou na caverna. Ali, dentro de um jarro, estavam sete     grandes rolos de couro contendo Livros da Bíblia do Velho Testamento - as cópias     mais antigas conhecidas - e outros manuscritos, escritos entre o Século II     AEC e o ano 68 EC. Foi a maior descoberta arqueológica do Século XX. 
As     pesquisas arqueológicas identificaram centenas de fragmentos dos     manuscritos em 11 cavernas da região e só terminaram em 1956. Foram     achados textos em aramaico, grego e hebraico. Também foram pesquisadas as     ruínas de Qumran, visando identificar as pessoas que depositaram os     pergaminhos nas cavernas. As escavações descobriram um complexo de     estruturas de caráter comunal, sendo que as cerâmicas encontradas eram idênticas     às das cavernas, o que confirmava sua ligação. Vários estudiosos     elaboraram a tese de que o local era habitado por membros de um     dos grupos judaicos da época: os Essênios.
OS ESSÊNIOS: A COMUNIDADE DE QUMRAN
Os     Essênios formaram uma comunidade no deserto, com conceitos e crenças     religiosas específicas, que contrastavam com as dos outros grupos. Orações:     Os Essênios começavam o dia recitando hinos, músicas e bênçãos. Havia     a obrigação de orar antes e depois de todas as ações ordinárias diárias.     Rituais de purificação: A comunidade observava as mesmas leis de pureza     dos outros grupos, mas de forma mais severa. Seus membros se purificavam várias     vezes ao dia, através da imersão em água. Refeições comunais: Eram     realizadas duas vezes ao dia por seus membros purificados e possuíam todas     as características de um rito sagrado. Propriedade     comum: Novos membros, ao serem admitidos pela comunidade, tinham seus bens     confiscados e entregues à propriedade comum.
Estão     apresentados nessa Exposição aproximadamente 77 objetos entre Jarros,     Panelas, Pratos, Cálices, Copos, Garrafas, Moedas, Tinteiros, Tecidos, Sandálias e Caixas de Filactérios (Tefilin).
A maior parte dos     documentos de Qumran foram escritos em pergaminhos de couro grosso,     presumivelmente de animais pequenos como cabras e ovelhas. 
Pergaminhos Bíblicos:     Os Pergaminhos do Mar Morto são a cópia mais antiga da Bíblia do Velho     Testamento. Todos os livros bíblicos estão representados, exceto o Livro     de Ester. Na Exposição, são apresentados sete destes: Gênesis, Êxodo,     Levítico, Deuteronômio, Isaías, Salmos e Filactérios.
Textos Apócrifos:     Esses textos, não incluídos nas escrituras canônicas judaicas, foram     preservados por diferentes igrejas cristãs e foram traduzidos para diversas     línguas. Alguns deles são narrativas relacionadas às composições bíblicas     e outros são obras independentes. 
Escrituras Sectárias:     O grupo de escrituras mais original são as sectárias, que eram     praticamente desconhecidas até seu descobrimento. Esta literatura revela as     crenças e os costumes de uma comunidade religiosa, incluindo regras e     ordenações, comentários bíblicos, visões apocalípticas e obras litúrgicas.     Três escrituras sectárias estão representadas: Calendário, Regras da     Comunidade e Salmos Sectários.
A     retirada dos Pergaminhos das cavernas, onde foram preservados por mais de     2000 anos, pôs um fim à estabilidade ambiental que garantiu sua sobrevivência.     Uma equipe de cientistas considerou as condições climáticas das cavernas     (umidade relativa e temperatura) e sugeriu que os pergaminhos deveriam ser     armazenados em um ambiente de clima controlado à temperatura de 20º C e     umidade relativa de 50%. Essas são as condições nas vitrines da Exposição.     
Mais de 900 textos     foram encontrados em Qumran e a vasta maioria dos fragmentos está guardada     no IAA, em Jerusalém. A maior parte dos Pergaminhos levou 54 anos para     serem publicados, de 1947 até 2001. A edição oficial dos textos foi     publicada na série Discoveries in the Judean Desert (DJD), pela     Universidade de Oxford, em 39 volumes. 
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