segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os Essênios: a Racionalização da Solidariedade

A Descoberta
No dia 18 de fevereiro de 1948, John C. Trever, das  "American Schools of Oriental Research" (ASOR), recebe, em Jerusalém, um telefonema do monge Butros Sowmy, professor e secretário do mosteiro sírio-ortodoxo de São Marcos, situado na mesma cidade. O assunto é a identificação de uns manuscritos escritos em hebraico antigo, que ele não consegue classificar ao organizar a biblioteca.
Na tarde do dia seguinte, o monge Butros leva à Escola Americana cinco rolos de pergaminho. J. C. Trever, ao compará-los com as fotografias do papiro NASH[1], sente o coração disparar: o hebraico dos manuscritos é extremamente parecido com o deste texto do séc. II a.C. Para quem sabe que os textos bíblicos hebraicos mais antigos que possuímos, e que servem de base para as nossas Bíblias (AT), vêm dos séculos IX e XI de nossa era, o caso é ainda mais emocionante[2].
Pois o que Trever descobre ainda naquele dia, junto com seu colega William H. Brownlee, é que o pequeno trecho que ele copiara do rolo maior é um versículo do livro de Isaías[3].
Jerusalém está, neste começo de 1948, em plena guerra árabe-israelense[4] e os contatos entre os especialistas americanos e os monges sírios são extremamente difíceis. Mesmo assim, Trever consegue que os manuscritos sejam levados novamente à ASOR e obtém a permissão do metropolita da comunidade síria, Mar Atanásio Josué Samuel, para fotografá-los. Entretanto, até este momento, nem os sírios estão dispostos a dizer de onde vêm os rolos, nem os americanos lhes revelam sua antigüidade e importância.
No dia 26 de fevereiro, Trever envia algumas fotografias dos manuscritos a W. F. Albright, nos Estados Unidos, e pede sua opinião[5].
No dia 5 de março quando os manuscritos seriam fotografados para publicação, os sírios contam a Trever que os rolos foram comprados, em 1947, de uns beduínos que vivem na vizinhanças de Belém e que eles os haviam encontrado em uma gruta na região do Mar Morto.
No dia 15 de março, Trever recebe a resposta de Albright, que lhe garante ser esta "a descoberta mais importante de manuscritos dos tempos modernos" e acrescenta: "Eu os dataria em torno do ano 100 a.C."[6].
No dia 18 de março de 1948, M. Burrows, diretor da ASOR, Brownlee e Trever comunicam a Mar Atanásio Josué Samuel a importância dos manuscritos. Convencem também o metropolita sírio a levar os manuscritos para fora da Palestina, dada a situação precária de Jerusalém, submetida a pesada guerra.
No dia 25 de março os manuscritos são depositados em um cofre de banco em Beirute. E no dia 11 de abril de 1948 a central da ASOR em New Haven (USA) divulga a notícia da descoberta.
Agora voltemos um pouco mais no tempo, até o fim de 1946. E a uma tribo de beduínos seminômades que vive no deserto de Judá, os ta'amireh.
Jarro de 
QumranNo fim de 1946 (novembro ou dezembro) os ta'amireh estão pastoreando seus rebanhos em Ain Feshka, oásis próximo ao Mar Morto. Três pastores, Khalil Musa, Juma Mahoma Khalil e Mahoma Ahmed el-Hamed, cognominado ed-Dib (o lobo), descobrem em uma das grutas da região uns jarros de argila e em um deles três rolos[7].
Em março de 1947 os beduínos deixam os três rolos com o antiquário de Belém Abraham Iylia que, temendo terem sido roubados de alguma sinagoga, os devolve no dia 5 de abril.
No começo do verão de 1947 os ta'amireh encontram mais quatro rolos na mesma gruta. Três deles são vendidos a E. L. Sukenik, reitor da Universidade Hebraica de Jerusalém, no dia 29 de novembro de 1947[8].
No dia 19 de julho de 1947 o mosteiro de São Marcos adquire os outros quatro manuscritos dos beduínos por cerca de 97 dólares[9].
Os sírios tentam, sem sucesso, junto a vários estudiosos, identificar os manuscritos. Até que procuram os americanos, como assinalei.

[1]. O papiro NASH consiste de uma folha de papiro, escrita em hebraico, com o texto do Decálogo (Ex 20,2-17 = Dt 5,6-21) e do Shema (Dt 6,4-5). Seu nome vem de W. S. Nash que o adquire no Egito. W. F. Albright o data na segunda metade do século II a.C.
[2]. O texto hebraico já está fixado no século II d.C. Nos séculos seguintes os escribas copiam novos rolos, procurando limitar os erros de transcrição ao mínimo. Para a compreensão correta do texto eles começam a fazer anotações nas margens, assinalar palavras duvidosas etc. No século V entram em ação os chamados massoretas. O termo vem do hebraico masar = "transmitir" e os massoretas são os "transmissores" do texto. Além de fazer anotações sobre o texto, estes sábios judeus sentem a necessidade de vocalizá-lo e acentuá-lo, para se obter um texto mais uniforme e fixo. Neste processo cada escola segue um método diferente, como a oriental, sediada na Mesopotâmia e a ocidental, na Palestina. Depois de muitas peripécias, prevalece a escola de Tiberíades (Palestina) aí pelo ano 900 d.C. E em Tiberíades as famílias Ben Neftali e Ben Asher. Desta última temos dois manuscritos importantíssimos: o manuscrito massorético mais antigo, Codex do Cairo, escrito e vocalizado por Moisés ben Asher, data do ano 895, mas só contém os profetas (anteriores e posteriores). O mais precioso é, porém, o Codex de Aleppo, quase completo, escrito e vocalizado por Aarão ben Moisés ben Asher, até 930. Pertencia à sinagoga de Aleppo e é salvo da destruição em 1948, sendo levado para Israel. Um terceiro manuscrito importante é o Codex de Leningrado, baseado nos manuscritos de Aarão ben Moisés ben Asher. Este contém todo o AT e é escrito em 1008. A melhor edição crítica que possuímos hoje - que é a Bíblia Hebraica Stuttgartensia - baseia-se principalmente neste manuscrito.
[3]. Todos os detalhes desta descoberta podem ser lidos em LAMADRID, A. G., Los descubrimientos del mar Muerto. Balance de 25 años de hallazgos y estudio, Madrid, La Editorial Católica, 19732, pp. 15-106. Para estes primeiros dados Lamadrid utiliza o relato de TREVER, J. C., The Untold Story of Qumrân, Westwood, Fleming H. Revell, 1965. Cf. também FRANK, H. T., A descoberta dos manuscritos, em SHANKS, H., (org.), Para compreender os manuscritos do Mar Morto, Rio de Janeiro, Imago, 1993, pp. 3-20; VANDERKAM, J. C., Os manuscritos do Mar Morto hoje, Rio de Janeiro, Objetiva, 1995, pp. 1-30.
[4]. "Ben Gurion, líder da Agência Judaica, proclamou a 14 de maio de 1948 a fundação do Estado de Israel. Os árabes, sentindo-se lesados e incitados pelas lideranças feudais, demagógicas, declararam no dia seguinte guerra ao Estado sionista, embora estivessem totalmente despreparados (...) Mal equipados, destreinados, os exércitos árabes foram fragorosamente derrotados pelos sionistas", comenta SALEM, H., O que é questão palestina, São Paulo, Nova Cultural/Brasiliense, 1986, p. 27; cf. também FRIEDMAN, T. L., De Beirute a Jerusalém, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1991.
[5]. Cf. a carta enviada a Albright em LAMADRID, A. G., Los descubrimientos del mar Muerto, p.  21. W. F. Albright é um dos maiores arqueólogos bíblicos deste século.
[6]. Cf. a carta de Albright em LAMADRID, A. G., o. c., pp. 24-25. Os americanos tentam, nesta época, chegar até às grutas da região do Mar Morto, mas a guerra os impede.
[7]. O relato dos beduínos é impreciso, mas estes rolos devem ser o manuscrito de Isaías (1QIsa), a Regra da Comunidade (1QS) e o Comentário de Habacuc (1QpHab).
[8]. Estes três textos serão identificados mais tarde como os Cânticos de Louvor (1QH), a Regra da Guerra (1QM) e um texto fragmentário do livro de Isaías (1QIsb).
[9]. São cinco rolos, mas apenas quatro textos. A "Regra da Comunidade" está partida em dois rolos. O quarto rolo é o Gênesis apócrifo (1QapGn).

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Descobrindo os Pergaminhos do mar Morto


O povo assírio de Jerusalém teve um papel importante no descobrimento e preservação por mais de 25 anos desses importantes livros.

A verdade sobre o descobrimento e posse desses livros é conhecida hoje por pouquíssimas pessoas vivas, pois, por motivos políticos (tanto eclesiásticos quanto civís), essa verdade não podia ser revelada até que uma personagem decisiva houvesse passado para a vida futura.

A história que se conhece é que em 1947 dois pastores da tribo dos Ta'amrieh, na Palestina, enquanto pastoreavam suas ovelhas, acabaram perseguindo uma ovelha desgarrada e tropeçaram, dentro de uma caverna totalmente escura, em um jarro que continha um pergaminho de pele de cabra. Tateando mais um pouco, descobriram outros três jarros. Como fossem analfabetos e pela antiguidade do achado, estimaram que ganhariam algum dinheiro, vendendo-o às comunidades antigas de Jerusalém. Isto decidido, levaram os jarros à Universidade Hebraica, que se recusou a comprá-los alegando que eram sem valor pois eram recentes e se tratava de livros de outra comunidade, dos siríacos (assírios). Então os beduinos levaram-nos a um comerciante de antiguidades da comunidade Siríaca Ortodoxa que os levou ao mosteiro de São Marcos da comunidade da Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia e lá venderam-nos ao Bispo Athanasios Yeshu Samuel por alguns guinéus.

Quando eclodiu a guerra da Palestina, entre as comunidades religiosas não cristãs, mais precisamente as comunidades judia e a islâmica, o Bispo Athanaisos levou os quatro livros aos Estados Unidos da América do Norte e lá vendeu-os a um comerciante ("marchand") inglês por duzentos e cinquenta mil dólares que os levou ao recem criado estado judeu de Israel.

Essa estória, no entanto, apresenta alguns "problemas" de incoerência quanto à verdade. Vejamos alguns:

1) A região onde foram achados, são rochas totalmente áridas, para onde as ovelhas não fugiriam.

2) Se esses "pastores" eram analfabetos, como poderiam saber, ou ao menos "intuir" que se tratava de livros muito antigos?

3) Em 1947, qualquer pessoa que morasse na Palestina, saberia que os judeus pagavam alto por documentos históricos, justamente porque estavam tentando "reconstruir" sua história.

4) Será que os judeus vindos da Europa e América não possuiam historiadores e arqueólogos que pudessem fazer uma avaliação correta de objetos com mais de 1.500 anos?

5) A próxima pergunta é, por que os judeus não pagariam um preço mais alto e escolheram um comerciante de antiguidades de uma comunidade das mais pobres da época?

Bem, a verdade é que não foi isso que ocorreu.

Vou reproduzir a seguir, o que me foi relatado em 1968, pelo Professor Ibrahim Gabriel Sowmy (1913-1996) que viveu lá na Palestina, entre 1922 e 1948. A história desses livros, no século XX começou de forma diferente.

Após a conquista da Palestina pelos britânicos (1918), os beduínos que perambulavam pelo oriente, começaram a sentir alguma pressão no sentido de restringirem seus movimentos e muitos acabaram utilizando métodos diversos para sobreviverem. Entre esses havia muitos contrabandistas. Em geral, contrabandeavam ouro e prata e sal. Lembremos que o sal era importante pois, os ingleses haviam restringido a extração do mesmo do Mar Morto devido à exploração de potássio. Esses dois "pastores", na verdade estavam sendo perseguidos pela polícia inglesa pois contrabandeavam sal. Em sua fuga, correram para as cavernas de Qumrã onde ficaram escondidos por dois dias, até a polícia ir embora. Enquanto estavam na escuridão, um deles acabou esbarrando nesses jarros. Quando aconteceu isso? Em 1926. Agora sim podemos entender por que os judeus não compraram os livros. Na verdade, esses livros não foram ofertados aos judeus que eram, nessa época elementos desconhecidos dos beduínos pois, havia centenas de anos que não havia contato entre eles e os beduínos da Cisjordânia ou da Transjordânia. Os beduínos dessas regiões comerciavam com as comunidades cristãs que estavam lá desde os primórdios do cristianismo, mais precisamente os assírios (siríacos ortodoxos).

Então os beduínos levaram um jarro ao mosteiro e falaram com um dos frades, Padre Yacoub Salhoyo, um padre letrado, vindo de Tur Abdin que percebeu que poderia estar diante de documentos importantes para o cristianismo. Falou com o prior do mosteiro. Decidiram então que verificariam de onde viera o jarro. Os beduínos concordaram e então enviaram com eles três dos jovens seminaristas: Yeshu Samuel, com 16 anos, Petros (Iskandar) Sowmy, 16 anos, Mikhael Mardinoyo e o próprio Padre Yacoub. Voltaram de lá com os outros três jarros. O padre Yacoub pagou aos beduinos três libras inglesas de ouro e ficou com os quatro jarros. Guardou-os na biblioteca do mosteiro com a intenção de algum dia analisá-los e abrí-los para de lá tirar os livros e os ler junto com os outros padres. Por uma série de acontecimentos, os livros ficaram na biblioteca, e no esquecimento.

Em 1946, a comunidade conseguiu fazer um acordo comercial com uma empresa que arrendou uma gleba de terra, propriedade do mosteiro e sobre ela construiu um hotel, com isso, a renda melhorou e os padres resolveram reformar o mosteiro. Quando chegou a vez da biblioteca, o padre Yacoub Salhoyo já havia falecido após ter sido eregido à hierarquia de bispo e os jovens seminaristas já eram o Bispo Yeshu Samuel, o Núncio Apostólico no Egito Mikhael e o frei Petros Sowmy. Então, sob a orientação do Professor Ibrahim Gabriel Sowmy, resolveram entrar em contato com os professores dos museus e universidades internacionais em Jerusalém para obter uma avaliação real dos rolos. A intenção era construir um museu para estudos e visitação dos documentos históricos da biblioteca e outros objetos de valor intelectual do mosteiro e para isso precisariam do endosso de autoridades incontestes no assunto. E o que melhor que os professores de história e arqueologia ocidentais?

Após algumas tentativas frustradas, conseguiram falar com dois jovens americanos que preparavam suas teses, pertencentes à Escola Americana de Pesquisa Oriental (American School of Oriental Research) em Jerusalém, que os receberam visto o diretor estar em férias. Um deles era John C. Trever que em seu livro "The Untold Story of Qumran", relata de forma magistral os desafios da guerra religiosa que irrompera entre judeus e muçulmanos, os encontros e as manobras para conseguir fotografar uma página de um dos rolos, a sua desconfiança que se tratava de algo muito antigo ou uma boa fraude e finalmente a confirmação vinda de W.F. Albright, professor da Universidade de Chicago de que se tratava de uma descoberta muito importante para a humanidade.

Cabe ressaltar alguns fatos:

1) Trever cita claramente que o Bispo Athanasios lhe dissera que os rolos encontravam-se há mais de vinte anos no mosteiro.

2) Trever cita que Ibrahim Sowmy, o irmão do padre Butros (versão árabe de Petros/Pedro) declarara que pela região onde foram descobertos, deveriam ser livros da comunidade dos essênios e que ele, Trever, não concordava.

3) Trever cita que Ibrahim Sowmy declarara que a escrita era aramaico arcaico.

Para a história, o fato é que o governo do mandato britânico e posteriormente, o governo do reino haximita da Jordânia haviam declarado que qualquer objeto descoberto há mais de 20 anos passava a ser patrimônio histórico da nação e com isso estava vedada sua venda ou transferência para fora do país.

Em março de 1948 faleceu o padre Petros Sowmy, vítima de um estilhaço de granada que havia sido atirada para dentro do pátio do mosteiro de São Marcos. Em vista da situação da Palestina o Bispo Athansios Yeshu achou melhor levar os livros para fora da Palestina, pediu autorização ao então Patriarca Aphrem I e viajou com os livros para os Estados Unidos. Lá ele os vendeu por duzentos e cinquenta mil dólares. Comprou uma propriedade que transformou em igreja, em Hakensack, e passou parte do dinheiro ao Patriarcado.

Resultado, a Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia perdeu um patrimônio histórico. A Igreja Siríaca Ortodoxa de Antioquia trocou um bem cujo valor estimado na época seria em torno de um milhão de dólares por um quarto desse valor.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Historiadores Antigos e os Essênios

Em qualquer tentativa de restauração de uma antiga Ordem, mesmo quando esta recuperação está sob orientação direta celeste, ainda é importante para estabelecer uma ligação histórica entre o moderno eo restauro do antigo histórico expressão.

Infelizmente, estes laços históricos são muitas vezes baseados em histórias de escritores tendenciosos que não são, frequentemente, solidário com o movimento original, nem cientes de sua verdadeira essência.

No entanto, temos de fazer o devido as migalhas da mesa que a história nos oferece.

Antigos escritores, tais como Josephus, Philo, Plínio, Dio Crisóstomo e Hippolytus de Roma falou da Essênios.

Josephus fala principalmente do Ossains de Qumran, enquanto Philo fala do Theraputae (Terapeutas) que eram um ramo dos Nazarenos Essênios.

Os primeiros relatos sobre os Essênios chega até nós a partir do filósofo judeu egípcio da dispersão, Philo de Alexandria, que viveu entre 30 aC e 40 dC os escritos de Philo sobre o Essênios chega até nós através de duas obras, «Quod omnis Probus Fibra sentar ' e "Apologia pro Judais'.

O segundo trabalho foi perdido, mas a informação foi retida em 'Eusebius Praeparatio Evangilica '.

Outro escritor contemporâneo, com o Essênios foi Flavius Josephus, o famoso historiador judeu, no momento da guerra judaica. Sua descrição mais elaborada deste grupo está contida em "A Guerra Judaica", seguido por um interessante, mas muito menos detalhadas no relato "Antiguidades judaicas".

Josephus wrote his first work sometime between 70 and 75 AD, and the second somewhat later, but before 100 AD, the year of his death.
Josephus escreveu seu primeiro trabalho entre 70 e 75 dC, e no segundo um pouco mais tarde, mas antes de 100 dC, o ano da sua morte.

Outro relato relativo aos Essênios vem do escritor romano, Plínio, o Velho, que, na sua obra intitulada "História Natural", incorporou informações sobre a seita, Plínio morreu em 79 dC

Um orador e filósofo grego, Dio Crisóstomo, também mencionou na passagem da existência de uma comunidade Essênios perto do Mar Morto.

His report is dated somewhat later than Pliny.
O seu relato é um pouco mais tardio do que o de Plínio.

Escrito dois séculos mais tarde, Hippolytus de Roma em um longo relato detalhado dos Essênios que, na sua maior parte, foi dito em paralelo de Josephus "informações, mas em alguns casos deste único material, mas ele não foi uma testemunha ocular desta seita.

Existe, gravados em ambos em Josephus e no Talmud, a história de um Onias o virtuoso, um homem que foi apedrejado até à morte em cerca de 65 aC, que foi particularmente santo e quem é que se pensa ter sido capaz de trazer chuvas através de suas orações.

Ele é, de acordo com Millar Burrows, ter sido um Essênio.

Informações históricas sobre a existência de numerosos grupos na Palestina existe, o que inclui os seguintes grupos:

* O Qumran "Covenanteers
* Zelotes
* Os seguidores de Judas o galileu
* Seguidores de Sadoque o fariseu
* Sicarii
* Bandidos
* O auto-proclamado o Messias
* Magharians, ou Moradores da caverna
* Os Imersores
* Genisteus
* Meristeus
* Helenistas
* Nazarenos
* Essênios

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Imagens de Qumram

Conheça um pouco sobre os Essënios no vídeo abaixo

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Mar Morto e os Essênios

O MAR MORTO

Nenhuma criatura - peixes, algas marinhas ou plantas - vive no Mar Morto. Ele é o lago mais salgado do mundo. A região é uma das mais inóspitas do globo, com uma atmosfera seca e quente, com temperaturas médias variando entre 30 e 40 graus Celsius. O Mar Morto é o ponto mais baixo da Terra, cerca de 400 metros abaixo do nível do mar. Foram esses fatores especiais que preservaram os Pergaminhos até os nossos dias.

A DESCOBERTA

No início de 1947, dois jovens beduínos estavam cuidando de seu rebanho de ovelhas e cabras nas encostas dos penhascos alinhados ao Mar Morto, perto de Qumran. Um deles estava procurando um animal desgarrado, viu uma caverna sobre a montanha e jogou uma pedra em sua abertura. Naquele momento, escutou um jarro se quebrar e, curioso, entrou na caverna. Ali, dentro de um jarro, estavam sete grandes rolos de couro contendo Livros da Bíblia do Velho Testamento - as cópias mais antigas conhecidas - e outros manuscritos, escritos entre o Século II AEC e o ano 68 EC. Foi a maior descoberta arqueológica do Século XX.

AS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS

As pesquisas arqueológicas identificaram centenas de fragmentos dos manuscritos em 11 cavernas da região e só terminaram em 1956. Foram achados textos em aramaico, grego e hebraico. Também foram pesquisadas as ruínas de Qumran, visando identificar as pessoas que depositaram os pergaminhos nas cavernas. As escavações descobriram um complexo de estruturas de caráter comunal, sendo que as cerâmicas encontradas eram idênticas às das cavernas, o que confirmava sua ligação. Vários estudiosos elaboraram a tese de que o local era habitado por membros de um dos grupos judaicos da época: os Essênios.

OS ESSÊNIOS: A COMUNIDADE DE QUMRAN

Os Essênios formaram uma comunidade no deserto, com conceitos e crenças religiosas específicas, que contrastavam com as dos outros grupos. Orações: Os Essênios começavam o dia recitando hinos, músicas e bênçãos. Havia a obrigação de orar antes e depois de todas as ações ordinárias diárias. Rituais de purificação: A comunidade observava as mesmas leis de pureza dos outros grupos, mas de forma mais severa. Seus membros se purificavam várias vezes ao dia, através da imersão em água. Refeições comunais: Eram realizadas duas vezes ao dia por seus membros purificados e possuíam todas as características de um rito sagrado. Propriedade comum: Novos membros, ao serem admitidos pela comunidade, tinham seus bens confiscados e entregues à propriedade comum.

Estão apresentados nessa Exposição aproximadamente 77 objetos entre Jarros, Panelas, Pratos, Cálices, Copos, Garrafas, Moedas, Tinteiros, Tecidos, Sandálias e Caixas de Filactérios (Tefilin).

OS PERGAMINHOS

A maior parte dos documentos de Qumran foram escritos em pergaminhos de couro grosso, presumivelmente de animais pequenos como cabras e ovelhas.

Pergaminhos Bíblicos: Os Pergaminhos do Mar Morto são a cópia mais antiga da Bíblia do Velho Testamento. Todos os livros bíblicos estão representados, exceto o Livro de Ester. Na Exposição, são apresentados sete destes: Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Isaías, Salmos e Filactérios.

Textos Apócrifos: Esses textos, não incluídos nas escrituras canônicas judaicas, foram preservados por diferentes igrejas cristãs e foram traduzidos para diversas línguas. Alguns deles são narrativas relacionadas às composições bíblicas e outros são obras independentes.

Escrituras Sectárias: O grupo de escrituras mais original são as sectárias, que eram praticamente desconhecidas até seu descobrimento. Esta literatura revela as crenças e os costumes de uma comunidade religiosa, incluindo regras e ordenações, comentários bíblicos, visões apocalípticas e obras litúrgicas. Três escrituras sectárias estão representadas: Calendário, Regras da Comunidade e Salmos Sectários.

CONSERVAÇÃO

A retirada dos Pergaminhos das cavernas, onde foram preservados por mais de 2000 anos, pôs um fim à estabilidade ambiental que garantiu sua sobrevivência. Uma equipe de cientistas considerou as condições climáticas das cavernas (umidade relativa e temperatura) e sugeriu que os pergaminhos deveriam ser armazenados em um ambiente de clima controlado à temperatura de 20º C e umidade relativa de 50%. Essas são as condições nas vitrines da Exposição.

PUBLICAÇÃO

Mais de 900 textos foram encontrados em Qumran e a vasta maioria dos fragmentos está guardada no IAA, em Jerusalém. A maior parte dos Pergaminhos levou 54 anos para serem publicados, de 1947 até 2001. A edição oficial dos textos foi publicada na série Discoveries in the Judean Desert (DJD), pela Universidade de Oxford, em 39 volumes.

sábado, 25 de outubro de 2008

Essênios - Origem

Origem:

Os Essênios (português brasileiro) ou Essénios (português europeu) (Issi'im) constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.

O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.


História

Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.

Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus:

  • vestiam-se sempre de branco;
  • aboliam a propriedade privada;
  • eram vegetarianos;
  • contrários ao casamento;
  • tomavam banho antes das refeições;
  • a comida era sujeita a rígidas regras de purificação.

Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.

Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a Qumram.

Segundo o livro Harpas Eternas, os essenios tem origem em Essen, discipulo de Moises, e tiveram como principal missão preparar a vinda do Messias, Yeshua o Messias.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Pergaminhos do Mar Morto serão disponibilizados na Internet


Cientistas israelenses estão tirando fotografias digitais dos papiros do mar Morto para disponibilizá-los na Internet. A previsão é que o projeto levará mais de dois anos para ser finalizado. Os documentos foram encontrados em covas próximas ao mar Morto em 1947 por pastores beduínos e durante muitos anos só um reduzido número de estudiosos pôde vê-los. Usando câmeras de precisão e focos que não emitem calor ou raios ultravioletas, os cientistas israelenses puderam decifrar capítulos e letras invisíveis ao olho humano. Os rolos de papel, em sua maioria pergaminhos, são as cópias mais antigas da Bíblia em hebraico e incluem textos que datam do século III antes da Era Comum até o século I – possibilitando um retrato complexo e fascinante do judaísmo daquela época. O trabalho está sendo liderado por Greg Bearman, pesquisador aposentado do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. Ele está usando uma câmera especial que consegue recuperar trechos ilegíveis da antiga escrita hebraica e aramaica. O texto de todos os manuscritos (alguns equivalentes a livros inteiros, outros correspondentes a uma frase ou até uma única palavra) já foi publicado, mas a idéia é que especialistas e leigos do mundo todo possam ter acesso aos originais e consigam examiná-los virtualmente de vários ângulos.